Queda Selic: Bancos x Consumidores


Bull Market In Politics

"A influência da política sobre o mercado financeiro no Brasil

Com a queda da taxa básica de juros, também conhecida como Selic, o Brasil passa por um momento sem precedentes em termos de atuação do governo na economia.

Esse período de intervenção governamental na economia é conhecido como Bull Market in Politics, que no jargão econômico representa  uma alta na economia (representada pelo touro – que ataca com a cabeça para cima) com a ‘’mão do governo’’



De acordo com os dados do banco central, a Selic estava em 10,5 % a.a em 19/01/2012, atualmente está em 7,5% a.a. A taxa atual é a mais baixa na historia do Brasil, e só foi possível com a atuação do governo de Dilma Rousseff juntamente com o comitê de politicas monetárias (COPOM).

Entretanto essa queda nos juros tem diversos vieses na economia brasileira, contudo aqui irei abordar os lados que acho mais relevantes, que são: os consumidores comuns ( famílias brasileiras) e os bancos (juntamente com o mercado financeiro/capitais).

Para os consumidores comuns, a queda da Selic pode ser considerada favorável, uma vez que o custo do credito fica menor, ou seja, para aquele cidadão comum que vai ao banco tomar um empréstimo pessoal, um financiamento de automóvel ou até mesmo para moradia, que antes pagava juros altíssimos agora se depara com um juro muito mais baixo. Isso para a economia é muito promissor, pois quando as pessoas consomem mais, por ter mais ‘’acesso ao dinheiro’’, a indústria produz mais, gera mais empregos, que leva a mais pessoas terem dinheiro e assim por diante formando um ciclo de crescimento econômico.



Já pra os bancos e para o mercado financeiro a queda da Selic (taxa básica de juros) não é tão promissora como é para os consumidores.



Antes de dar as justificativas da minha posição acima, irei colocar o conceito de Spread bancário para ajudar na interpretação.
  
           Spread bancário: em termos simplificados, é a diferença entre a taxa de juros cobrada aos tomadores de crédito e a taxa de juros paga aos depositantes pelos bancos. Em outras palavras, é a diferença entre a remuneração que o banco paga ao aplicador para captar um recurso e o quanto esse banco cobra para emprestar o mesmo dinheiro. O cliente que deposita dinheiro no banco, em poupança ou outra aplicação, está de fato fazendo um empréstimo ao banco. Portanto o banco remunera os depósitos de clientes a uma certa taxa de juros (chamada taxa de juros de captação ou simplesmente taxa de captação).  Analogamente, quando o banco empresta dinheiro a alguém, cobra uma taxa pelo empréstimo - uma taxa que será certamente superior à taxa de captação. A diferença entre as duas taxas é o chamado spread bancário
            Os bancos brasileiros possuem os maiores spreads do mundo, devido as altíssimas taxas de juros que o Brasil possui. Com o corte da Selic juntamente com a utilização dos bancos públicos ( Banco do Brasil e Caixa) o governo ‘’derreteu’’ os juros em diversos serviços não só em empréstimos e financiamentos, mas também em cartões de crédito, cheque especial e etc.




      O que deflagrou uma ‘’Corrida Bancaria’’ para ver qual banco iria abaixar suas taxas de juros para não perder sua carteira de clientes para os bancos públicos. Com essa diminuição de juros  os spreads bancários diminuíram muito fazendo com que os bancos tivessem uma enorme queda em seu faturamento.
            
           Toda essa perda refletiu e muito no mercado de ações, já que os investidores que possuíam ações de bancos, tais como Santander, Bradesco e Itaú, os quais pagavam dividendos altos quando comparados a outras empresas listadas na bolsa, passaram a vender suas ações dos bancos e comprar ações que pagassem dividendos maiores.


Dividendos é a parcela do lucro apurado pela empresa, que é distribuída aos acionistas por ocasião do encerramento do exercício social (balanço). Pelo § 2º, do art. 202 da Lei das sociedades anônimas. 
      Embora haja perdas, os cortes na taxa básica de juros (Selic) é relativamente muito bom, pois muda em certa forma a maneira do povo brasileiro em aplicar seu dinheiro, que devido aos juros altos sempre aplicou na famosa poupança.... e agora com a queda dos juros, a forma de remuneração da caderneta de poupança mudou, com isso ,espero que haja uma migração para outros mercados, principalmente para o mercado de capitais, que é muito pequeno quando comparado aos países de juros baixos, como os EUA, onde a cultura de investimentos é totalmente diferente da brasileira.


Fonte: revista Exame, Valor , Banco Central


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