TIO SAM E O PETRÓLEO VENEZUELANO





Nos últimos meses temos vivenciado cada dia mais as tensões em relação ao regime venezuelano, bem como as medidas dos Estados Unidos frente a esse impasse de queda ou continuidade do conflito.


Isto posto, pensei em levantar algumas questões relativas à real motivação da potência Norte Americana ao assumir o protagonismo no combate ao regime imposto por Nicolás Maduro.


O primeiro ponto a ser questionado é obviamente as reservas de petróleo existentes na Venezuela, commodity este que já motivou diversas ações estadunidenses na geopolítica mundial, principalmente na na guerra do golfo e nos conflitos presentes no oriente médio desde de 2001.


Todos estes conflitos, ao meu ver, possuem duas vertentes principais que são: 1) Manter a hegemonia mundial como uma potência atuante no mundo e 2) Um certo interesse, mesmo que velado, em relação ao controle dos recursos naturais, sobretudo o petróleo.


A segunda vertente, por sua vez, tende a ser vista com um certo ceticismo e/ou “teoria da conspiração” por alguns, desta forma proponho aqui uma mescla de ideias sem que haja um posicionamento afirmativo das motivações dos EUA frente a Venezuela.


Como podemos ver, a Venezuela é sim um dos países que possuem umas das maiores reservas mundiais de petróleo e sofre hoje com um regime ditatorial com graves impactos em sua economia e, sobretudo, na sociedade venezuelana. Esse cenário abre espaço para a discussão da intervenção de países (assim como os Estados Unidos) caso a situação se agrave.







Com toda o a crise política, econômica e social que se instaura na Venezuela, o cenário perfeito está formado para mais uma intervenção dos EUA afim de garantir mais algumas décadas de petróleo para impulsionar a “grande máquina do capitalismo americano”. Porém nada é tão simples assim, principalmente quando se trata de estratégias geopolíticas.


No dia primeiro de maio de 2019, os estoques de petróleo dos Estados Unidos bateram o recorde que se manteve desde 1983 de acordo com United States Department of Energy, produzindo mais de doze milhões de barris ao dia, este nível de produção vem se estendendo a meses o que torna o tio Sam o maior produtor de petróleo do mundo.


Outro ponto a ser levado em consideração é a perspectiva quanto ao aumento constante do consumo/ produção de petróleo em todo mundo, principalmente em um momento de debate mundial quanto aos esforços para conter os impactos das mudanças climáticas nos próximos anos.


Isto posto, levanto a questão: Será que Donald Trump realmente estaria disposto a entrar em mais uma guerra, colocar bilhões de dólares, centenas de vidas em jogo apenas para conseguir um pedaço do bolo de petróleo da Venezuela, considerando que sua produção interna vem aumentando de forma ascendente e que possivelmente nas próximas décadas a demanda pela commodity deve cair devido ao avanço das energias alternativas? Fica a dúvida.



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