A GUERRA DE GIGANTES: EUA x CHINA
A guerra comercial entre China e Estados Unidos já é uma
realidade, essa disputa poderá mudar os rumos da economia mundial nos próximos
anos considerando que as duas maiores potencias econômicas do mundo estão
disputando palmo a palmo a hegemonia comercial global.
Para contextualizar, essa disputa comercial vem sendo
advertida desde o início de 2018, quando o então presidente Donald Trump
comunicou ao mercado a implantação de barreiras tarifárias para alguns
segmentos, dentre eles o aço e o alumínio. Considerando a posição da China como
um dos principais fornecedores mundiais de aço, a implantação dessas tarifas
afetou diretamente a potência econômica oriental, que por sua vez veio a
retaliar tal medida aumentando as tarifas para bens americanos na ordem de US$
3 bilhões.
Esse tipo política econômica aplicada pelo presidente norte-americano
representa um dos vários objetivos de campanha propostos em 2016. Esses
objetivos consistem na redução do déficit comercial americano, ou seja, reduzir
a quantidade de produtos importados e desta forma fomentar a indústria nacional
e/ou estimular a exportação.
Após esse impacto inicial das tarifas entre ambos os países
se cogitou uma expectativa de um acordo entre os dirigentes. Durante meses
foram negociados os termos e as obrigações para cada uma das potencias econômicas
com a finalidade de cessar essa disputa. Muito embora a disputa tenha
permanecido enfraquecida durante essa negociação a tão esperada trégua não se
concretizou, pelo contrário o confronto comercial entre os países só se
intensificou. Como resultado houve uma
queda de aproximadamente 10% nas exportações chinesas nos primeiros três meses
de 2019.
Já do lado ocidental quem está pagando o saldo do aumento
das tarifas é o consumidor norte-americano, considerando que grande parte do
consumo american way of life só é
possível pela escala da produção chinesa. A proporção dessa escala produtiva implantada
pela economia chinesa é muito difícil de ser substituída, uma vez que a
reorganização ou migração de plantas produtivas nesse nível são morosas e
custosas.
Ambos os países são interdependentes para se manterem nas lideranças
do comercio global. Um acordo entre as economias passa a ser crucial dado a
situação econômica mundial atual, considerando que mediante à resolução desse
empasse ambos possam colaborarar para uma dinamização do comercio global e
fomentando inclusive suas industrias internas.
Sem esse acordo o comércio global poderá sofrer grandes
mudanças, principalmente quando se trata da migração dos polos produtivos que
deixarão a China em busca de locais mais rentáveis para produzir e fornecer aos
EUA. Nessa ótica o Brasil poderá lucrar (em partes) com essa nova dinâmica, atuando
principalmente como fornecedor de commodities. Um dado expressivo apresenta um
aumento na exportação da soja brasileira para a China, a qual alcançou
novamente o patamar de 2013, sendo um resultado da barreira imposta pelos
chineses ao grão americano.
Ao futuro deixamos as dúvidas e as incertezas, seja a
perspectiva de um acordo mutuo ou o impacto das retaliações entre as economias
envolvidas nessa disputa. Muito ainda está por acontecer e muitas mudanças estarão
por vir, cabe esperar os próximos capítulos dessa série que a cada episódio um
novo protagonista pode surgir.
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