VENTURE CAPITAL

O capital da Inovação 


    Em tempos de revoluções tecnológicas novas ideias surgem a cada segundo, e estas podem revolucionar todo o mercado em um determinado segmento (a exemplo da Apple e seus Iphones, Ipads e MacBooks – que revolucionaram e elevaram o padrão de consumo de tecnologia no mundo todo). Entretanto as empresas ‘’ inovadoras’’, as quais muitas vezes surgem em centros universitários, centros de pesquisa e desenvolvimento ou simplesmente de uma única pessoa que tem uma brilhante ideia, necessitam de capital para avançar no desenvolvimento e na produção dos bens e serviços por elas criados e oferecidos e é exatamente neste ponto que entra o ‘’VENTURE CAPITAL’’.

    Venture capital (em definição) representa um capital de elevado risco que um investidor aplica em uma determinada ideia inovadora visando sobretudo o incentivo e a viabilização de um determinado produto/ serviço inovador. O venture capital pode ser classificado em quatro estágios principais, divididos em quantidade de valor aplicado e o risco envolvido neste processo, como descrito abaixo (trecho retirado da Revista Exame, http://exame.abril.com.br/pme/noticias/qual-a-diferenca-entre-investidor-anjo-seed-e-venture-capital)

1) Angel money: os investidores-anjo procuram empresas nascentes, algumas até mesmo no campo das ideias. Eles normalmente investem entre R$ 50 mil até R$ 500 mil em startups próximas - de parentes, amigos, conhecidos ou na sua cidade - e tentam vender sua parte para investidores maiores.

2) Seed capital: é a primeira camada de investimento acima do investidor anjo, indo normalmente de R$ 500 mil a R$ 2 milhões no Brasil. Normalmente, para diluir seu risco e diversificar sua carteira, os investidores de capital semente montam fundos que captam de vários investidores, e assim conseguem aportar capital em mais empresas e maximizarem suas chances de acertarem em cheio. As empresas que eles procuram já possuem clientes, produtos definidos, mas ainda dependem de investimento para expandirem o consumo e se estabelecerem no mercado.

3) Venture capital: o termo VC vem dessa camada, e é normalmente usado para descrever todas as classes de investidores de risco. Mesmo assim, os fundos de venture capital brasileiros investem entre R$ 2 milhões e R$ 10 milhões em empresas que já faturam alguns milhões. Seu objetivo é ajudá-las a crescer e fazer uma grande operação de venda, fusão ou abertura de capital no futuro.

4) Private equity: fundos de private equity são responsáveis pelas operações de fusões e vendas em grandes empresas, que normalmente faturam mais que R$ 100 milhões anualmente. Nesse estágio, os investimentos envolvem quantias bem maiores que os R$ 10 milhões do VC, e por isso os investidores costumam trabalhar com empresas de capital aberto ou prestes a abrirem seu capital.

    No Brasil, a obtenção e a disponibilidade desse tipo de aporte envolve um processo extremamente complexo e longo, uma vez que envolve um conhecimento avançado a respeito de propriedade industrial (ex. Patentes), além dos investidores nacionais não possuírem uma certa familiaridade com esse tipo de investimento de risco, tomando como exemplo países em destaque em venture capital como os EUA e Reino Unido. O distanciamento desses ‘’padrões’’ de investimento dos países desenvolvidos gera impactos negativos nos padrões de governança, na geração de empregos e no setor de pesquisa e desenvolvimento o qual não possui estímulos suficientes para dar continuidade no processo criativo e de desenvolvimento.

‘’O venture capital ou capital inteligente compõe a base de uma economia real saudável. Resultados do relatório The Global Economic Impact of Private Equity Report 2008, publicado pelo World Economic Forum (WEF) e do “Venture Impact” da National Venture Capital Association (NVCA), apontam dados interessantes sobre o impacto desta atividade na economia. Segundo estes relatórios, empresas investidas por fundos de venture capital apresentam elevados padrões de governança, são forte geradoras de receita e empregos qualificados e preenchem uma lacuna importante entre a produção científica de um país e sua apropriação para a sociedade. Recente estudo realizado pelo WEF concluiu que empresas que foram investidas por fundos de venture capital utilizaram melhor o recurso para inovação tecnológica do que as demais, e tiveram suas políticas de P, D & I muito mais focadas após receberem investimento. Esse resultado é muito interessante, pois comprova o alinhamento deste perfil de investimento com a sustentabilidade da empresa no longo prazo.’’ – Artigo da Revista FINEP (Financiadora de Estudos e Projetos) em 2008

    Em suma, acredito que é de extrema importância a valorização e o incentivo (principalmente financeiro) para as novas empresas e para novos produtos, já que estes são responsáveis pela criação de ondas de inovação.

‘’ Inovação é a introdução, com êxito, no mercado, de produtos, serviços, processos, métodos e sistemas que não existiam anteriormente ou contendo alguma característica nova e diferente da até então em vigor. Compreende diversas atividades científicas, tecnológicas, organizacionais, financeiras, comerciais e mercadológicas. A exigência mínima é que o produto/processo/ método/sistema deva ser novo ou substancialmente melhorado para a empresa em relação a seus competidores.’’

    A inovação fomenta um ciclo virtuoso (ondas de Schumpeter) no processo produtivo, fazendo com que as empresas pioneiras possam manter uma margem de lucro extraordinária no curto prazo até que a tecnologia inovadora se dissipa  no mercado e forçando as pioneiras a introduzir um novo produto/ serviço. Esse ciclo virtuoso impacta positivamente tanto na indústria quanto em nossas vidas que é cada vez mais facilidade pelo uso de novas tecnologias (imagine quando não tínhamos internet, telefone, carros, micro-ondas e etc). Em matéria da revista exame, foram inumerados aspectos positivos do investimento em inovação por uma indústria:

1. Garantir a sobrevivência de seu negócio
É preciso se reinventar e se redescobrir sempre, caso contrário haverá um grande risco de você se tornar obsoleto e deixar de existir. Mais que isso, ao inovar e propor novas soluções capazes de repensar o próprio mundo em que vivemos, você estará mais perto de viver e deixar um legado.
2. Agregar relevância e significado
Processos inovadores que olhem para o todo e considerem as reais necessidades das pessoas darão vida a produtos, serviços e causas de marca mais relevantes no mercado e na sociedade como um todo. Com isso, relações mais sólidas serão estabelecidas entre corporações e cidadãos. Para migrar para esse modelo, é preciso enxergar o quão destrutivo pode ser conceber uma inovação tendo como único tópico regente a métrica financeira.

3. Permitir relações de longo prazo
É assustador pensar que quase 90% dos produtos que chegam ao mercado não se sustentam por mais de um ano. Através da inovação aberta, co-criada, é possível construir o novo junto daqueles que se beneficiarão da própria inovação. A vantagem? Antes de mais nada, resultados financeiros, que garantirão longevidade. Depois, a certeza de que sua atividade comercial faz parte de um círculo virtuoso cujos ganhos são divididos, distribuídos e compartilhados entre todos os agentes que interagem com o seu negócio.



Comentários

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