FIM DO SWAP CAMBIAL: EXPLICAÇÕES E EFEITOS
FIM DO SWAP CAMBIAL E VALORIZAÇÃO DO DÓLAR
Com o mês de março se encerrando
hoje, o dólar apresentou uma valorização de aproximadamente 11,8% no mês com a cotação
de R$ 3,1922 no fim do pregão. Embora a moeda americana tenha apresentado uma
considerada desvalorização frente o real os impactos dessa alta podem fomentar
ainda mais a inflação e acelerar a crise política no Brasil como comentei no
post anterior (http://spinaeconomics.blogspot.com.br/2015/03/alta-do-dolar-e-instabilidade-politica.html)
Uma notícia que mexeu bastante
com o mercado de cambial foi o fim das intervenções pelo BC via swap. Antes de
comentar este acontecimento acredito que cabe aqui explicar primeiramente o que
seria swap e qual a finalidade dessa intervenção do Banco Central no mercado de
cambio.
O swap em uma tradução livre
significa ‘’ permuta/troca’’, ou seja, swap é basicamente uma troca de
contratos de indexadores entre risco e rentabilidade entre os players econômicos.
Nas operações de swap não existe transferências de capital resultando somente
na diferença entre os indexadores (taxas) no momento da liquidação do contrato
de swap.
A intervenção do Banco Central do
Brasil consiste em um compromisso de remunerar o mercado a variação do câmbio
no período estabelecido no contrato e um adicional denominado cupom cambial
(taxa de juros na moeda norte americana) e na outra ponta os investidores entregam
ao BC a oscilação do DI (ou CDI – certificado de deposito interbancário) que
são basicamente a taxa usada entre as instituições financeiras próximas a taxa Selic.
A entrada do banco central no mercado de cambio com operações de swap tem como
objetivo conter movimentos muito expressivos na valorização ou desvalorização
da moeda norte americana visando sobretudo manter uma relação cambial favorável
entre o Real e o Dólar, favorecendo assim a importação, exportação, controle inflacionário
dado pelos insumos produtivos importados e atratividade nos produtos e serviços
produzidos no Brasil.
Após exemplificar e explicar de
forma bem sucinta o swap cambial, vamos agora ao comunicado dado pelo
presidente do Banco Central Alexandre Tombini, o qual afirma que as intervenções
no mercado cambial via swap serão paralisadas, uma vez que a valorização da
moeda norte americana nos últimos 20 meses resultou em um prejuízo de
aproximadamente 65 bilhões (isso mesmo BILHÔES) ao Banco Central devido a
intervenção. Com o fim das intervenções o mercado deve assimilar um valor real
para a relação Dólar/ Real por mais que ocorra uma maior volatidade nos
primeiros meses.
A valorização do dólar é
basicamente um movimento mundial que se agrava no Brasil pela instabilidade política
que estamos vivendo, manifestações, operações federais contra empresas
estatais, corrupção e etc. Tal ‘’imagem’’ do brasil afasta cada vez mais
investidores e o fluxo de capital do brasil pela incerteza política e da
constante insegurança a respeito da classificação de risco da economia
brasileira. (mantida pela S & P na última[1]
semana). Além disso, a valorização do dólar se apresenta em um cenário mundial
em que existem muitas expectativas da recuperação da economia Norte Americana a
níveis pré-crise de 2008 com um aumento da taxa de juros e fortalecimento da indústria.
Fontes: Valor Econômico (http://www.valor.com.br/), Folha de São
Paulo (http://www1.folha.uol.com.br/mercado/) , Estadão (http://economia.estadao.com.br/),
CETIP (http://www.cetip.com.br/) e
Brasil Econômico (http://brasileconomico.ig.com.br/financas/mercados)
[1] Standard & Poor's (S&P) é uma divisão do grupo McGraw-Hill que publica análises e pesquisas sobre bolsas de valores e títulos. É uma das três maiores companhias nesse segmento, ao
lado da Moody's e da Fitch
Ratings.
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