Deflação: Sonho ou Pesadelo ?
O DILEMA DA DEFLAÇÃO
Até que ponto a deflação favorece os consumidores ?
Imagine a seguinte situação ... Um cidadão assalariado que frequenta por volta de 3 vezes por semana o supermercado do bairro, de repente os preços passam a cair, na segunda-feira o refrigerante custa R$ 4,00 , na quarta-feira o mesmo refrigerante custa R$ 3,50 e termina a semana custando R$ 3,00.
Isso seria uma maravilha, correto ? ............ NEM SEMPRE. Essa situação supra citada pode ser um caso de deflação, a qual, em alguns casos é de longe bem pior que a inflação.
Primeiramente, o que é deflação? Em suma é o processo inverso da inflação, quando ocorre uma diminuição no IPC (índice de preços no consumidor) ocasionando um aumento no valor real da moeda em circulação - ou seja, é possivel comprar mais bens e serviços com a mesma quantidade de dinheiro, como no exemplo do refrigerante, onde o cidadão da segunda para sexta- feira tem o seu poder de consumo aumentado em 25% apenas pelo poder da deflação.
Contudo a deflação de forma generalizada e duradoura, pode estagnar a economia e fazer esta entrar em recessão, visto que , se os consumidores podem aumentar o seu potencial de consumo se esperarem uma semana, um mês ou um ano ... por que comprar agora ? E se guardar o dinheiro ''debaixo do colchão'' for mais rentável do que as melhores aplicações ? A resposta é relativamente simples ... A ECONOMIA VAI PARAR ! SEM CONSUMO A ECONOMIA NÃO CRESCE.
Uma das hipóteses mais aceitas no meio acadêmico, quando o assunto é a eclosão da deflação, é a teoria de John Maynard Keynes (também conhecida como visão keynesiana). Segundo Keynes, a deflação pode ser gerada pela demanda muito inferior a oferta que qualquer bem e serviço, com isso os preços despencam já que os estoques estão abarrotados de mercadorias e não há consumidores para elas.
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John Maynard Kaynes |
- . Mesmo com preços reduzidos, a fábrica de automóveis não consegue vender seu produto
- . Com a queda nas vendas, a fábrica demite trabalhadores
- . Sem receber, o trabalhador deixa de trocar sua TV por um modelo mais novo
- . Cai a venda de TVs. As lojas baixam os preços e baixa também a comissão dos vendedores, que deixam de comer fora.
- . Na tentativa de atrair clientes, o dono do restaurante faz sucessivas promoções. Mesmo assim, seu rendimento cai e ele adia a troca de carro
- . Cai a venda de carros, logo o dono stand deixa de poder fazer viagens de família, deixando de usufruir dos serviços das agências de viagens.
- . E assim sucessivamente.
Essa queda brusca nos preços, faz com que as empresas passem a acumular prejuízos e adotar medidas de corte nos gastos, como por exemplo a demissão dos funcionários e diminuição do ritmo de produção. Caracterizando uma reação em cadeia, já que com o desemprego alto, ninguém gasta mais do que o necessário parando o setor de grande importância na economia, O CONSUMO.
A deflação pode estar associada também a baixa oferta de moeda na economia, ou seja, pouco dinheiro circulando.
Atualmente estamos tendo um exemplo bem claro de deflação no japão, que é a 3º maior economia do mundo, contudo está passando por ciclos deflacionários. A solução encontrada é INFLACIONAR a economia, injetando uma grande quantidade de dinheiro (aumentando a oferta) com a finalidade de fomentar o mercado de trabalho, o consumo e sobretudo a própria economia japonesa.
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